domingo, maio 07, 2006

 
GUIMARÃES DESCEU AO INFERNO
O futebol é de facto um desporto apaixonante. Apaixonante mas também ele imprevisível. Se alguém no início da época 2005/2006 vaticinasse que um clube como o Vitoria de Guimarães iria descer de divisão, certamente era apelidado de louco ou não realista. Pois bem, passadas 33 jornadas do início da Liga Betandwin de futebol a equipa da cidade berço está a viver um dos piores momentos do seu longo historial: a descida de divisão está iminente para o Vitória de Guimarães.
Fundado em 1922, o Vitória Sport Clube é a equipa que mais presenças contabiliza na I Divisão do Futebol Português, apenas ultrapassada por Benfica, Porto e Sporting. Depois da subida de divisão na época 1956/57, o Vitória nunca mais voltou a “experimentar” a 2ª Divisão, facto esse que releva ainda mais o carácter desta (sofrida) situação.
A equipa, na entrada para a 34ª jornada agendada para 7 de Maio, depende de quatro (!) resultados para se manter no primeiro escalão do futebol profissional português: necessita de vencer no seu reduto o Estrela da Amadora e esperar pelas derrotas de Naval 1º de Maio e Gil Vicente e que o Rio Ave não vença a União de Leiria. É pois, uma tarefa de um verdadeiro D. Afonso Henriques esta batalha que está reservada à equipa minhota, que tem apenas 2,3 por cento de probabilidades, num total de oito equipas que tentam escapar à despromoção, de permanecer na I Liga. As hipóteses matemáticas valem o que valem, mas o que é certo é que poucos acreditam na “salvação” do Vitória.
Esta semana que passou foi infernal para as gentes de Guimarães. Estão incrédulas com o que se tem passado com a equipa. Por isso mesmo, mostraram o seu desagrado tecendo duras críticas aos principais responsáveis. Insultaram a maioria dos jogadores do plantel (Moreno, Cléber, Flávio Meireles e Saganowski foram uma pequena excepção), tendo inclusive pontapeado o automóvel do internacional dinamarquês Svard, quando este abandonava o hotel onde a equipa estagiou no jogo com o FC Porto. O treinador Vítor Pontes e seus adjuntos são apontados pela massa associativa de serem os “actores” principais deste “filme de terror”, pois como fazem questão de frisar, os métodos utilizados nos treinos diários não são os mais convenientes para o desempenho da equipa nos dias de jogo. Pedem ainda a demissão do presidente Vítor Magalhães, acusado de ter planeado mal a época logo no início da temporada. Na passada terça-feira, foi inclusivamente necessária a intervenção da PSP, que formou um cordão humano à volta do Estádio D. Afonso Henriques, para salvaguardar todo o plantel do futebol da fúria dos adeptos vimaranenses. Todos estes argumentos e actos dos sócios e simpatizantes do clube podem ser vistos como excessivos, já que nada justifica a violência. Mas a classificação da equipa, o facto de já não acreditarem nos jogadores, treinador e dirigentes e o seu amor ao clube são algumas das razões para estas acções. Certo, é que da equipa da época passada (tantas vezes criticada pelos vitorianos), que conseguiu o acesso à Taça UEFA, fruto do excelente 5º lugar obtido no campeonato, poucos jogadores restam. Somente seis jogadores transitaram da última época para a actual. Numa equipa com bons jogadores e com créditos firmados, onde pontificam Benachour, Neca, Paíto ou Saganowski (todos eles internacionais pelos seus países), a época realizada pelo Vitória esta temporada foi desastrosa, mesmo que, porventura, consiga a manutenção. Isto porque os investimentos feitos pelos seus dirigentes apontavam numa classificação para as competições europeias como principal e inicial objectivo. Pura inversão de acontecimentos: com apenas 34 pontos conseguidos em 33 jornadas, a equipa orientada por Vítor Pontes ocupa o penúltimo lugar da tabela classificativa quando falta apenas realizar um jogo. Ao cabo destas mesmas jornadas, tem um total de oito vitórias, dez empates, quinze derrotas e um saldo de vinte e oito golos marcados contra quarenta sofridos. Números estes, muito aquém das expectativas aquando do começo do campeonato. No entanto, Vítor Pontes acalentava algum optimismo na conferência de imprensa da última sexta-feira: “Fiz perceber ao grupo que ainda há uma pequena esperança e que apesar de ser difícil não vamos baixar os braços”. Resta agora esperar se o Vitória de Guimarães sairá vencedor desta “guerra” pela conquista de um lugar no escalão máximo do futebol em Portugal. No próximo Domingo já todos saberão.


Fontes: Desportivo de Guimarães
Jornal Record
Jornal A Bola
http://www.vitoriasc.pt/detalhe_noticia.php?idNoticia=793


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